sábado, 17 de abril de 2010

IX Campori Online - Associação Paulistana

Texto 3

Era manhã do dia 25 de Dezembro de 1997, dia de Natal. Havíamos deixado nossas filhas e parentes naquele dia especial, sozinhos no Brasil, para irmos ao Aeroporto de Guarulhos, São Paulo a fim de fazermos a nossa primeira viagem missionária a África. Não conseguimos passagens para nenhuma outra data a não ser aquela. Deus com o seu amor sem limites estava dando vida ao nosso sonho missionário. Embarcamos às 1 da manhã num vôo que estava vindo de Buenos Aires com escala em São Paulo e que iria para Moscou na Rússia. A empresa era a Aeroflot. O avião era muito antigo, parecia "uma lata velha voadora”. Quando embarcamos em São Paulo o avião começou a fazer um barulho muito estranho numa das turbinas. O avião balançava e tremia muito e todos os passageiros começaram a ficar preocupados. Como o barulho continuou o avião pousou no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro para fazer uma revisão. Ficamos parados mais de uma hora, num calor insuportável.
Éramos cerca de 400 passageiros. Finalmente a revisão terminou e o avião decolou novamente em direção as ilhas de Cabo Verde, onde nós faríamos uma conexão para a Guiné Bissau. Durante algumas horas, o vôo foi tranqüilo, serviram um gostoso almoço e tudo estava aparentemente normal. Quando nós atravessamos a linha do Equador sobrevoando o Oceano Atlântico, o avião fez um barulho muito grande e começou a cair literalmente. O impulso era tão forte para baixo que parecia um elevador desgovernado indo em direção ao solo.

Houve pânico coletivo. Os passageiros começaram a gritar muito alto e algumas mulheres choravam desesperadas. Pelo impulso os maleiros se abriram e as malas começaram a cair em cima da cabeça dos passageiros. O pessoal da tripulação pedia calma, porém, o pânico era coletivo. O nosso colega, Gilmar um enfermeiro que estava viajando conosco, tentou levantar-se para segurar as malas que caíam sobre sua cabeça, mas devido ao forte impulso, ele foi jogado para cima e bateu com a cabeça no teto do avião. Tudo parecia perdido. Eu sou um pouco frio em situações difíceis e de risco.
Enquanto todos gritavam, eu comecei a orar e falar com Deus, dizendo: "Senhor, esta é a nossa primeira viagem missionária. Será que Tu vais permitir que todos morramos agora? Por favor, meu Deus, faça alguma coisa para salvar a nossa vida, pois eu gostaria muito de fazer o teu trabalho na África.Senhor, este é o nosso sonho! Por favor, ajude-nos! " De repente o avião foi controlado pelo piloto e como já estava perto de Cabo Verde, conseguimos pousar na Ilha do Sal, pela graça de Deus, por volta das 16:00 horas. Nesta ilha o avião fez mais uma manutenção e seguiu para Moscou na Rússia. E nós ficamos ali para fazermos uma conexão para a Guiné Bissau.

Do livro:
Missionários do Século XXI – Uma fantástica aventura por países da janela 10/40
Por Davi Tavares & Ângela Tavares

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